quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Oh, it's Christmas...






Chega nesta época do ano e algumas coisas parecem ser obrigatórias para a gente perceber que é Natal. Um dos recursos mais recorrentes é a massiva exibição de filmes na TV onde a celebração do amor incondicional e altruísta (isso existe?) e/ou experiências de (re)descoberta da beleza da vida são a tônica. E a gente assiste o que pode, né? Aquele filme do Grinch (com o Jim Carrey) é figurinha certa, assim como outros mais, digamos, prosaicos, que contam milagres acontecidos por causa da festa, onde famílias se reencontram com as ovelhas desgarradas (ou vice-versa) e por aí vai.
Minha família se refere a mim como um Scrooge, ou seja, aquele que não divide seu Natal com ninguém, mas não sabem do que se passa no meu enrugado coração. Como exemplo de que resta uma pitada de esperança na humanidade, coloco aqui meus filmes prediletos desta época, talvez por tê-los visto exatamente neste período e daí eternamente associados ao amor incondicional (!!!) que tenho pelo mundo:
- A felicidade não se compra.
Neste filme de 1946, dirigido por Frank Capra, conta a história do personagem simplório, vivido por James Stewart, que percebe às vésperas do Natal que nunca viveu sua vida por ter que dar conta da vida de seus familiares, e aí resolve se matar. O filme segue na linha "esta é sua vida e ela vale a pena" e a cena final dele correndo pelas ruas dando Feliz Natal para todos e tudo (postes, vitrines,carros inclusos...) é impagável.
- ET, o Extraterrestre
Sem comentários. Ví o filme de Steven Spielberg num cinema em SP na véspera do Natal e todo mundo caiu em prantos quando Drew Barrymore pede ao monstrinho que não se vá. Comovente conto de amor aos diferentes.
- O Senhor dos Anéis.
Vocês se lembram que a trilogia foi lançada sempre em dezembro, pertinho da festa natalina? Pois é, a saga de Frodo e o hino à amizade - que é o filme de Peter Jackson e o livro de Tolkien - virou obrigatório para ser visto à luz de uma cintilante árvore cheia de bolinhas coloridas. Lindo e nobre. Quero ser Sam um dia...
- Adorável Avarento
Filmagem (uma das...)do conto de Charles Dickens "A Christmas Carol", esta versão feita nos anos 70 continua imbatível. Albert Finney desbunda no papel do Scrooge (me!!!) mas o que é arrebatador é a concepção luxuriante das visitas dos fantasmas dos natais do passado, presentes e futuro. Assistí a esta pequena jóia numa quinta-feira, num mês longe de dezembro, no cinema poeira da minha cidade, e me lembro que saí como se tivesse visto um outro mundo. Creio que aí que eu soube o que era o Natal na literatura e no cinema.
- O Estranho Mundo de Jack
Obra prima da animação contemporânea, o filme de Tim Burton faz uma festa mórbida com tudo que envolve os estereótipos natalinos. Engraçadíssimo, especialmente para os "scrooges" da vida. As cenas da bandinha tocando a versão "dark" de Jingle Bells e a noite da entrega dos presentes macabros são antológicas.
Existem outras referências, é claro, como Milagre na Rua 34, Esqueceram de Mim, Feliz Natal (o belo filme sobre a comemoração dos soldados nas trincheiras da I Guerra) e até mesmo Ghostbusters e O Exorcista ( que assistí no cinema e saí direto para a Missa do Galo: apavorante!!!) mas elejo os cinco acima citados como os preferidos.
E tenham todos um Feliz Natal.

2 comentários:

  1. Don't scrooge to yourself. Não dê razão a este verso: "Why we live so alone, even in company?" ("Behind the drapes", Jonas Bjerre). Vá ver os seus.

    Glioileg jol!!!

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  2. Chíííí, amigo, isto é papo para mais de metro...rs...

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