domingo, 30 de maio de 2010

Walter van Beirendonck é hype!!!






Olha só o trabalho do estilista belga, considerado um dos mais ousados, criativos e bem humorados da atualidade. Suas criações transitam num universo onde o onírico e o delírio perdem seus limites e servem de fonte inspiradora para roupas deliciosas.

WONKA E A FANTÁSTICA FÁBRICA DE SANT'ELIA


Tim Burton extrapolou...

QUEM CONSTRUIU A FÁBRICA DE CHOCOLATE?






Olhando esta foto, ou assistindo ao filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate", de Tim Burton, podemos nos perguntar de onde surgiu o conceito que orientou oa diretores de arte a elaborar o curioso cenário da fábrica onde Willie Wonka circula com seus felizardos visitantes. Foi no trabalho do arquiteto futurista Sant'Elia que a equipe buscou inspiração. Deixo alguns trabalhos deste visionário para o deleite de todos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

RALLOU KATSARI, DESIGNER





Este designer faz estas obras escultóricas que impressionam pelo uso das cores e do material. Demora-se a perceber do que se trata, qual a dimensão e uso, porém pode-se intuir alguma coisa, como a possibilidade de serem peças de joalheria. Pois é exatamente isto, o que reforça o aspecto criativo dele.

CLÁUDIO PINO, DESIGNER DE JÓIAS





Ví o trabalho deste designer e gostei muito pela inovação dentro do que se conhece no mundo da criação de jóias.

REBECCA HORN NO CCBB-RIO






Rebecca Horn é uma artista e performer alemã,de conceituada atuação na Europa, e que também escreve poesias. É perceptível como ambos trabalhos se completam no todo de sua obra, se influenciando mutuamente. Quando adolescente contraiu uma doença pulmonar que a deixou por muito tempo imobilizada numa cama, porém este fato impulsionou seu processo criativo, ganhando novas formas e aspectos conceituais, além de novas propostas concretas, dentre elas suas elaborações de próteses extensivas do seu corpo, pensadas como objetos escultóricos agragados à sua anatomia. Nos anos 60 Rebecca iniciou sua atividades como artista conceitual e performática.O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio está com uma grande mostra de vários dos seus trabalhos, preenchendo assim uma lacuna já que a artista nunca participou de nenhum evento de artes plásticas do Brasil, Bienal inclusa.É uam boa oportunidade de se conhecer esta instigante criadora.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O CINEMA COMO LOCUS DO DISCURSO SOCIAL


UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
XII SEMANA DE CIÊNCIAS SOCIAIS
“O CINEMA COMO LOCUS DO DISCURSO SOCIAL”
Prof. Ms. Afonso Celso Carvalho Rodrigues
Já foi dito a propósito da estética sociológica que seu conteúdo é muito mais velho do que seu nome. Com efeito, quando pela primeira vez os filósofos se interessaram pela arte, o que reteve antes de tudo sua atenção foi a influência que ela não podia deixar de ter sobre a vida dos indivíduos.
Há muito tempo já se percebera que a arte não é um simples jogo individual sem conseqüência, mas que, pelo contrário, agindo sobre a vida coletiva, pode transformar o destino das sociedades. Mas a recíproca é verdadeira, se a arte não é também um produto da vida coletiva e se seu destino não está em função do destino das sociedades.
A arte não só tem uma função social como também emprega, para se realizar, meios sociais. A arte é mais ou menos autônoma em relação à sociedade, mas ela é também uma instituição social. As visões do mundo não são fatos individuais, mas fatos sociais.
A arte possui um notável valor de informação para o sociólogo que, por seu intermédio, poderá descobrir os elementos escondidos e dinâmicos da sociedade, que de outro modo lhe escapariam: é um instrumento privilegiado para descobrir as molas escondidas das sociedades, através dela penetramos nos aspectos mais difíceis e obscuros do social.
Pesquisadores das mais diferentes áreas do conhecimento têm demonstrado grande interesse pelo cinema e passaram a dar maior relevância à retórica das imagens cinematográficas como uma fonte valiosa para a compreensão das complexidades do mundo contemporâneo. O filósofo Douglas Kellner, no seu livro A cultura da mídia, realizou uma série de estudos diagnósticos com o objetivo de “ler politicamente a cultura”. A sua premissa consiste na crença, segundo a qual, os filmes reproduzem as lutas sociais existentes. Para Kellner, as produções cinematográficas revelam, por exemplo, o modo como as lutas da vida diária e o mundo mais amplo das lutas sociais e políticas se expressam no cinema.
É bom salientar que se a sociedade exerce influência sobre a produção cinematográfica, a recíproca também é verdadeira. A ação exercida pelo cinema nos espectadores é um fato inquestionável. Tomar conhecimento desse mecanismo é fundamental para o trabalho analítico, visto que boa parte do conteúdo do filme, sobretudo no cinema dito comerciai, é ditada pelos gostos e pelas expectativas do público que, por sua vez, é influenciado pelos filmes, numa relação recíproca e, porque não dizermos, dialética. Cabe, então, ao pesquisador, buscar, detectar e diferenciar esses elementos. Mas essa tarefa, por vezes árdua e tortuosa, só pode ser realizada parcialmente, visto que o significado mais totalizante de uma película apenas pode estar presente nela própria. Com isso, quando o pesquisador social toma a obra fílmica como objeto central de estudo, ele se depara frente a impossibilidade de uma análise total e perfeitamente acabada, visto que sua análise só é alcançada por meio de hipóteses.


Mas não podemos esquecer que existe uma cultura veiculada pela mídia. As suas imagens, sons e espetáculos contribuem para tecer as teias que envolvem a vida cotidiana, exercendo enorme poder e controle sobre o tempo de lazer, modelando opiniões políticas e comportamento sociais, e fornecendo materiais que forjam identidades. O cinema (mas não só ele) fornece os modelos daquilo que é o certo e o errado, o bem-sucedido ou o fracassado, o poderoso ou o impotente. A cultura da mídia fornece o material com que muitas pessoas constroem o seu senso de classe, de etnia e raça, de nacionalidade, de sexualidade, de nós, e eles. Auxilia a modelar a visão prevalescente de mundo e os valores mais profundos: define o que é considerado bom ou mau, positivo ou negativo, moral ou imoral. A cultura da mídia tem por objetivo a grande audiência; por isto deve ser eco de assuntos e preocupações atuais, sendo exatamente tópica e apresentando dados da agenda social contemporânea.
A partir dos pressupostos dos teóricos da escola de Frankfurt, sustenta-se que a cultura da mídia é industrial e desta forma; organiza-se com base no modelo de produção de massa e produzida para a massa de acordo com tipos, segundo fórmulas, códigos e normas convencionais. A cultura veiculada pela mídia induz os indivíduos a conformar-se à organização vigente da sociedade, mas também lhes oferece recursos que podem fortalecê-lo na oposição a essa mesma sociedade.
Num esforço de analisarmos objetivamente alguns destes aspectos que colocamos, vamos lançar mão à produção do cinema mass mídia americano da atualidade por ser este um claro tratado sobre nossas observações por conter aspectos de maximização da produção, achatamento de estruturas narrativas e o ultra-lucro comercial. Sabemos que o cinema americano é normativo, antes de ser realista: ele nos diz como devemos ser. E não devemos ser intolerantes com os homossexuais, nem com as mulheres, nem conosco mesmos. E não devemos fumar, claro. Mesmo como portadores de uma obviedade ideológica facilmente perceptível, ainda assim somos permeáveis a uma leitura sem filtros analíticos das mensagens do politicamente correto, do socialmente aceito ou do eticamente tolerável.
Dentro de uma sala de cinema somos inseridos numa caixa de espaço e tempo. Os filmes são as janelas para o mundo. Eles nos permitem desvendar outras mentes – não simplesmente pela identificação com os personagens, embora isto seja uma parte muito importante, mas por nos oferecerem a oportunidade de ver o mundo como outras pessoas o vêem. O diretor francês da Nouvelle Vague, François Truffaut costumava dizer que uma das experiências que mais inspiram um diretor é quando ele dá uma volta pela platéia durante uma exibição, perscutando a fisionomia dos espectadores iluminados pela claridade da tela. Se o filme lhes tiver passando alguma emoção, seus rostos certamente expressam uma experiência arrebatadora: o espectador, por um determinado espaço de tempo, está em outro lugar, envolvido em outras vidas. O cinema é, entre todas as artes, aquela que tem o maior poder de empatia, e bons filmes farão de nós seres melhores.
A fronteira entre realidade ficção vem se tornando cada vez mais estreita. O cinema tem a potencialidade de transgredir os limites entre o real e o imaginário- Ele espelha lutas, vitórias, derrotas, sonhos e esperanças, desvenda fantasias, angústias, injustiças e felicidades refletidas de uma sociedade. Casa assim o real com o imaginário, estabelecendo uma relação de cumplicidade dentro e fora da tela com o espectador. Mas até que ponto o cinema é realidade ou ficção? O cinema estaria retratando a realidade tal como ela se apresenta? Ou pelo contrário, o cinema não seria nada mais que a construção de uma realidade feita pelas mãos dos cineastas, que articulam os fatos reais segundo sua visão ideológica e particular frente aos acontecimentos?

As imagens geradas pelo cinema na verdade são resultado das escolhas feitas pelos cineastas e tais escolhas são condicionadas por seus interesses, suas crenças, seus valores, seus preconceitos e convenções. Nestas condições elas estão contaminadas pela subjetividade.
A multiplicidade das fontes de informação, das mídias (jornais, revistas, televisão internet, etc.), e dos filmes coloca hoje novos obstáculos à inteligibilidade dos problemas histórico-sociais posto que cada um produz diferentes elementos de conhecimento os quais raramente são colocados em relação uns com os outros. As relações existentes entre as ciências sociais e o cinema são relativamente recentes, pois datam do surgimento deste, há aproximadamente um século. Durante estes anos alguns conceitos fundamentais foram fixados acerca dessa relação, e não podem ser ignorados pelo pesquisador que toma a obra fílmica como objeto de estudo. Um dos eixos principais das teorias cinematográficas é entender o filme como "documento histórico socialmente construído" e também como um discurso sobre os "fatos do passado", ou mesmo de acontecimentos contemporâneos que presenciamos em nossas vidas.

O realismo criado pelo cinema é poderoso o suficiente para nos fazer esquecer que estamos frente a imagens criadas ideologicamente, ele nos faz acreditar que o que estamos vendo é expressão última da realidade. Há o esquecimento que estamos frente a uma "realidade" que é construída ideologicamente. Uma questão a ser considerada, durante a análise de uma obra fílmica, diz respeito à relação passado (entendido como período histórico que o filme pretende representar) e presente (momento histórico da produção da obra) contida no filme. Qualquer representação do passado existente no filme está intimamente relacionada com o período em que este foi produzido. Por exemplo, a escolha de um tema histórico e a forma como ele é representado em uma película são sempre ditadas por influências do presente.
E o presente é campo das confirmações ideológicas e, principalmente, das rupturas com estas mesmas ideologias, se estas são passíveis de se mostrarem frágeis nas suas fissuras. As rupturas são entendidas como elementos marcantes no processo de transformação das sociedades contemporâneas, e contemplam as rupturas históricas, as rupturas políticas e sociais, as rupturas de caráter individual, as rupturas tecnológicas ou as rupturas na linguagem cinematográfica.
Portanto, o filme, seja qual for, pode ser encarado como testemunho da sociedade que o produziu, como sendo seu reflexo — não direto e mecânico — das ideologias, dos costumes e das crenças, mas muitas vezes de maneira metafórica ou mesmo alegórica. Como não enxergar, por exemplo, tratando-se da produção cinematográfica brasileira, elementos da ideologia da esquerda brasileira nas primeiras obras do movimento do Cinema Novo, em início dos anos 60? Como por exemplo, o filme Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha, ou ainda como não percebemos a subordinação do homem pobre rural ao proprietário de terras no filme Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos? Ou, em outro exemplo, mais contemporâneo, como não percebemos a cara das distorções ou correções comportamentais da sociedade brasileira em filmes como Central do Brasil (Walter Salles, 1998), Cidade de Deus (Fernando Meirelles, 2002) ou Crônicamente inviável (Sérgio Bianchi, 2000); ou a atmosfera imperialista presente em filmes hoollywoodianos como, por exemplo, os filmes da série Rambo produzidos em fins da década de 80, ou ainda Pearl Harbour, de 2001.
O contágio da contextualização político/social nos filmes está presentes até mesmo naquelas realizações dirigidas ao público infantil ancoradas em dois fatores: primeiro a maleabilidade intelectual das crianças, facilmente sujeitas às mensagens objetivas ou subliminares; segundo pela elasticidade da faixa etária do que poderíamos chamar de “infantil”, já que percebemos claramente o processo a muito instalado de infantilização do público adulto. Porém, assistindo a estas produções recentes dos desenhos animados, notamos que muitas questões relativas à ética, à democracia, ao respeito com o outro são tratadas com muito mais clareza em filmes como Era do Gelo, Schreck e Madagascar do que em muitas outras produções com preocupações similares. Por favor, amigos, Jogos Mortais não conta. Ou até conta, se nele percebermos o afloramento e a manipulação política do medo na nossa contemporaneidade.

Uma reflexão sobre a relação entre cinema e ciências sociais deve, portanto, considerar que o filme é um documento, que além de mostrar imagens reconstruídas do passado, traz, em sua forma (montagem, posicionamento das câmeras, música, ritmo, enquadramento, etc.) marcas indeléveis do período em que é produzido. Assim, um dos traços específicos do cinema, por ser uma arte de combinação e organização das imagens e dos sons, é a montagem. Por meio dela, os planos de um filme são organizados obedecendo a uma ordem e uma duração específica. O espaço central que a montagem ganha na teorização sobre a arte cinematográfica se dá uma vez que essa organização dos planos fílmicos obedece a um certo sentido e não outro, considerando que esta organização pode ser variável.

Para o estudioso Roger Bazin, o "mundo real", a "realidade", é ambígua, portanto, a vocação "ontológica" do cinema consistiria na reprodução exata desse real e, portanto, o cineasta deve se esforçar ao máximo para captar essa mesma ambigüidade. Assim o cinema deve "reproduzir o mundo real em sua continuidade física e factual", onde a função essencial do filme é mostrar os eventos representativos da "realidade concreta" e não deixar que o espectador veja o trabalho do diretor no filme. O objetivo principal do filme seria criar a ilusão que estamos vendo eventos reais que se apresentam a nós como eventos do cotidiano e que, apesar de serem mostrados em "fragmentos", nos dão a impressão de continuidade e homogeneidade.

Indo à contramão da concepção que Bazin faz do cinema, o diretor russo Sergei Eisenstein exclui toda a consideração sobre um suposto “real”, que seria possível de ser capturado pelo filme. Para ele, o real não teria interesse algum fora do sentido que atribuímos a ele, fora da leitura que o diretor faz do real. Assim, o cinema é concebido por Eisenstein como uma ferramenta de leitura do real. Como observa Jacques Aumont (1995) "o filme não tem como tarefa reproduzir o 'real' sem intervir sobre ele, mas, ao contrário, deve refletir esse real, atribuindo a ele, ao mesmo tempo, um certo juízo ideológico".

Concordando com a tese de Eisenstein, de que o cinema produz ideologia, lembramos que para aumentar ainda mais a capacidade de verossimilhança com a realidade, os filmes com freqüência se ambientam em determinadas épocas históricas e criam pontos de conexão com um "discurso comum" já existente sobre tal fato, assim, o filme "finge" submeter-se à realidade com o intuito de tornar sua ficção verossímil. E é por aí que o filme se transforma em veículo para a ideologia.

O cinema é capaz de, ao mesmo tempo, imprimir formas, forjar e maquinar situações e contribuir para o funcionamento de um conjunto de idéias e crenças. A rigor, os filmes são poderosos formadores e deformadores de opinião.
O filósofo italiano Giorgio Agamben ressalta que como o homem contemporâneo foi privado de sua biografia, foi também expropiado de sua experiência, da sua capacidade de fazer e transmitir experiências. Walter Benjamin observou a “pobreza de experiências” da época moderna diagnosticada na mudez dos homens que retornavam das atividades de guerra, das vivências em tempos de inflação econômica, crises morais e experiências corpóreas de privações, como a fome. Hoje sabemos que para a destruição da experiência, uma catástrofe não é mais necessária já que bsta vivenciar o “pacífico do cotidiano”: o dia-a-dia do homem atual não contém nada que seja traduzível em experiência: da leitura de um jornal à ida ao supermercado, passando pelo seu trânsito pelas ruas e lugares de trabalho, ele chega em casa extenuando pela mixórdia de eventos (divertidos, banais, insólitos, etc.) mas sem viver experiências.
O homem contemporâneo vivencia suas experiências fora de si, olha para elas com alívio e se posta ante elas, mas recusa a experimentá-las. Determinados usos da câmera fotográfica pode exemplificar este deslocamento: dependendo do modo que registrarmos nossas vivências ela, a câmera, faz a experimentação por nós, colocando no registro de nossa passagem pela vida um adiamento da nossa experiência para um futuro provável. O cinema se posiciona nesta mesma categoria de transferência de experimentações mas, pelas suas características de linguagem, possibilita reflexões sobre a constituição do si mesmo e das alteridades, das “outridades”, apostando na emoção do individual e seu reflexo no coletivo.
A arte gera emoções e toda emoção é contagiosa. Diante de um belo espetáculo, duma paisagem grandiosa, nosso gozo interior é tão intenso, que não podemos o guardar apenas para nós, temos necessidade de compartilhá-lo, de comunicá-lo aos outros, de senti-lo em comum. A criação estética é criadora da solidariedade social. Esta necessidade de comunhão pode se estender ainda além, até a simpatia universal, até abraçar a vida inteira.
Uma imensa parte do que julgamos nos constituir não provém de nós mesmos, não apenas de nós, mas do corpo social.

KAZUYO SEJIMA






Ela é a segunda mulher arquiteta a ganhar o Pritzker e não é de se espantar: a japonesa Kazuyo Sejima é um fenômeno do design e arquitetura contemporâneo. Ela faz a linha cool, veste Comme des Garçons e fuma desbragadamente. Seus projetos são minimalistas e, como tais, repletos da sofisticação da essência das formas e impregnados de elegância zen. Ou será o contrário? Não importa, ver suas belas idéias é um mergulho num prazer estético que desperta serenidade e perenidade. Nas imagens postadas dá para se ter uma boa amostragem disto tudo. Ah, detalhe, era é fã de Niemeyer e quando esteve no Brasil durante sua exposição no Tomie Ohtake, foi até o Ibirapuera e "surtou" com aquele concreto todo domado e flexibilizado. Percebe-se a sua inspiração no mestre brasileiro nas imagens acima.Ela é autora do New Museum, em New York e da loja da Dior, em Tókio, entre outros.

WALLPAPER MAGAZINE BORN IN BRAZIL


A Wallpaper Magazine, simplesmente a Bíblia das tendências de design do momento, faz no seu número de Junho de 2010, um número especial sobre o Brasil. Chamado de "Nascida no Brasil" este issue fala sobre a instalação de um escritório da revista por aquí, num claro reconhecimento da importância de fatos e atos que colocam nosso país em destaque no mundo hoje. Este namoro está vindo de longa data: no ano passado eles elegeram alguns (poucos) lugares do mundo onde você não deve se arrepender de estar neles, e o Brasil estava lá citado ao lado da França, Inglaterra, Japão, Escandinávia, Estados Unidos e outros poucos (na verdade eram 10 países). E a edição era primorosa, mostrando nosso design, arquitetura, moda, joalheria,cidades e nomes, muitos nomes, importantes. Diga-se de passagem eles AMAM Oscar Niemeyer...Neste número de junho de 2010 o perfil é o mesmo: destaque para o país como ditador de tendências de ponta no mundo contemporâneo. Claro que alguns assuntos ainda atrelados ao nosso "rosto" internacional estão lá, como o nosso derrière explorado de modo curioso (e delicioso).
Só para mostrar o que a Wallpaper é, coloco na ilustração deste texto o número que trouxe um trabalho de Zara Hadid na capa: um grande barato!!!

IO AMO PESCE





Pois é, Gaetano Pesce dá mais um interessante passo na direção de um design instigante: criou um sapato para a Melissa, todo composto de círculos de plástico que podem ser cortados pelo usuário dando formas individualizadas para o calçado. Muuuito bom!!! Mais um ponto para a Melissa que sempre olha para designers inovadores. O projeto com os irmãos Campana é um ótimo exemplo disto. Desta forma a empresa cria objetos de desejo (acessíveis) para pessoas de todo mundo. Coloco alguns projetos de Pesce para ilustrar sua genialidade.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A MODA E SEUS DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS


SENAI / FIEMG
IV SEMANA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Diretor: Vander José Montesse do Amaral
MODA E SEUS DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS
Prof. Ms. Afonso Celso Carvalho Rodrigues

Para darmos início à nossa fala nesta noite sobre a MODA E SEUS DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS, vamos estabelecer alguns pontos que serão interessantes para que nossa abordagem seja abrangente e comporte comentários – mesmo que sejam de caráter introdutório – sobre o papel da moda na construção e na percepção do nosso tempo atual, seja ele classificado como moderno, pós-moderno, líquido ou até mesmo pós-tudo, como foi definido nas palavras do poeta brasileiro Augusto de Campos.
Iniciemos abordando uma reflexão sobre a MODA E PENSAMENTO: Talvez seja este o primeiro ponto a considerarmos hoje. Como produto cultural da humanidade, a moda – no seu conceito mais amplo – é produção de conhecimento e geradora de condicionamentos pessoais e sociais que é, talvez, um dos mais significativos elementos de auto-percepção do homem contemporâneo. O que nos leva a fazer esta afirmativa são os fatos históricos que nos remetem ao princípio gerador do termo “moda”.
Seria interessante voltarmos no tempo para nos lembrarmos de como surgiu a vestimenta do homem. Seguindo as diretrizes referenciais tanto das teorias do criacionismo como as do evolucionismo, recorremos a uma delas – o criacionismo – para citarmos o trecho da Bíblia que relata o momento após Adão e Eva terem comido o fruto proibido,onde lemos: “Então seus olhos abriram-se; e vendo que estavam nus, tomaram folhas de figueira, coseram-nas e fizeram cinturas para si.”
Percebemos, desta forma, que o ser humano desde seus primórdios sentiu necessidade de se vestir e se vestiu, desenvolvendo seu vestuário com o estabelecimento de três princípios básicos (e funções): ele vestiu-se por pudor, por proteção e por adorno. Este sistema básico da roupa se repete até hoje, com as adequações, evoluções e redefinições que dela foram exigidas.
Se analisarmos a história da moda veremos que a roupa evoluiu pouco durante muitos séculos. Existiam os diferentes trajes usados por diferentes pessoas (e culturas), mas não havia a necessidade de se alterar ou mexer no vestuário porque o critério que orientava a sua elaboração era da ordem do pragmatismo, com extensão e exceções para as instituições estatutárias, ou seja, a roupa funcionando como portadora de signos de poder. Foi somente no século XV que aconteceu o fator social/comportamental que gerou o termo “moda”, como o conhecemos atualmente. E este termo, oriundo de uma palavra de raiz latina, “modus”- que significa maneira, modo, jeito – trouxe consigo aquilo que é a conceituação básica da moda até hoje: a efemeridade, a obsolescência, a sazonalidade.
O século XV foi um período de mudanças importantes na ordem do social, com o surgimento da classe burguesa. Estes burgueses ansiosos por status geraram uma alteração comportamental curiosa ao copiarem as roupas dos nobres para a eles se aparentarem. Este ato fez com que os nobres copiados criassem outro diferencial nas suas roupas para continuarem fazendo a diferenciação social, mas que geravam novas cópias, que geravam novas alterações, que eram novamente copiadas e outra vez replicadas, e isto se estendeu como um comportamento instituído que varou os séculos e acontece até hoje com – claro – outros formatos.
Mas este procedimento de diferenciação gerou algo que, para nós, é mais importante nesta abordagem do conceito de MODA, que é a sua expansão para todos os setores de consumo que absorveram este processo cíclico.
A instalação da moda - tal qual a apresentamos - no pensamento contemporâneo é hoje da ordem do cotidiano, e se desprendeu tanto da roupa que podemos falar atualmente sobre moda, sem sequer tocarmos na questão da roupa. A MODA se transformou no signo da alternância que faz com que percebamos o mundo de uma forma calcada na “renovação/consumo/descarte/renovação/consumo/descarte” que permeia desde a roupa até um automóvel, passando pelos eletrodomésticos e até mesmo pelas novas diretrizes comportamentais, nas relações afetivas, por exemplo. Hoje, estar na MODA, prescinde de uma atualização constante e de uma tomada de posição tão necessária que até mesmo quem declara “não ligar para a moda” corre o risco de “estar na moda”, já que a contracultura é hoje postura política e social que possui suas próprias regras de integração na engrenagem do mundo e do consumo.
Visto isto, vamos passar para outra questão da moda na atualidade, que é a MODA E A SUBJETIVIDADE, ou seja, a moda como percepção de si mesmo e construção de si mesmo. Com a pluralidade de possibilidades de se ser hoje, a moda – e a roupa – surge cumprindo o seu papel histórico de engendradora da personalidade, não fugindo da sua função e confirmando a sua tradicional definição de “segunda pele”.
Roupa surge nos nossos tempos como elemento de interpretações semióticas, ou seja, a pessoa e sua vestimenta se tornam portadoras de leituras simbólicas, oriundas de um sistema de comunicação não verbalizada. Com a diversidade de comportamentos e opções de pertença no mundo contemporâneo, a pessoa se vê com possibilidades diversas de definição do seu território existencial através de sua roupa e se comunica com o mundo desta mesma forma. Esta comunicação entre os códigos dos vestuários é exemplar no que se refere à construção de si enquanto interação com o outro. Eu me estabeleço como ser humano único, como entidade cultural particular através da minha roupa e leio (e interpreto) o outro olhando para ele e lendo-o nos seus códigos próprios: este é militar, este é um religioso, este é punk, este é hippie, este é emo, este é clubber, este é pobre, este é rico, este é gay, este é esportista e por aí segue o menu interativo que a interface homem/mundo permite comportar, incluindo aí o rompimento de fronteiras historicamente tradicionais - até mesmo radicais - como o crossdressing que é a absorção por gêneros diferentes das roupas do outro gênero, resumindo: homens usando roupas de mulher e mulher usando roupas de homem, alterando alguns códigos do vestir que enquadram determinadas peças como “roupa de homem” e outras como “roupa de mulher”
Curiosamente, nestes atuais tempos no qual o termo “globalização” chegou com sua definição generalizante e trazendo promessas de possibilidades de achatamento das pertenças, uniformização comportamental, rompimento de fronteiras e unificação dos estilos, a moda vai quebrar esta falsa imagem de estereotipagem e promover a “saudável inconstância” dos papéis culturais. Se a roupa permite nosso engajamento em grupos ideológicos também permite uma variação extensa de papéis sociais: de manhã posso viver um papel de executivo, à tarde adotar uma personalidade esportiva, à noite ser um descontraído freqüentador da balada, apenas alternando minhas roupas, sem que isto seja elemento de discordância na construção da minha personalidade. A pluralidade das possibilidades concomitantes das personas da vida moderna convive de modo coerente num único ser, não sendo elemento de um possível diagnóstico de esquizofrenia social. Somos o que queremos ser onde quisermos ser.
Claro que isto não elimina algumas adequações necessárias, ditadas por normas que se transformaram em ritos sociais: existem figurinos que respeitam o histórico de determinados lugares e devem ter seus critérios cumpridos até mesmo porque assim as coisas funcionam melhor. Nada de encarar roupas inadequadas em ambientes específicos como “normais” em função de uma pretensa liberdade de se usar o que se quer onde se quiser. As regras de etiqueta são, em sua maioria, ditadas pela educação e respeito ao outro, já que nestes critérios nos constituímos. O auto-cerceamento é positivo quando nasce da consciência de cidadania.
A roupa sofreu muitas transformações em seus códigos de uso. Algumas destas transformações são perceptíveis no nosso cotidiano. Havia um estatuto do traje onde não se saía à rua com a roupa de casa: o trajar-se para o convívio urbano tinha seus critérios. Isto caiu há tempos e a invasão da rua pela roupa dita “de casa” é evidente, assim como é claro a democratização do uso da roupa da academia de ginástica. Sinal dos tempos que foram estabelecidos pelas elasticidades das regras e das aceitações das demais pessoas.
A mudança de lugar na hierarquia dos estatutos da roupa também acontece dentro de um amplo espectro. Antes da expansão e deslocamento do alvo da publicidade do mundo adulto para todas as faixas etárias, a interpretação da moda também sofreu alterações. Em tempos outros, anteriores a segunda metade do século XX, o estabelecimento do uso da roupa era imposto dos adultos para as crianças e tinha um aspecto formal centrado na proteção, adorno e pudor, como vimos. Em resumo: as crianças e adolescentes vestiam roupas que replicavam a indumentária dos seus pais. No decorrer destes últimos sessenta anos assistimos uma inversão curiosa: com a implantação dos valores da juventude como predominância comportamental, os pais começaram a se vestir com as roupas ditadas pelos filhos e, conseqüentemente, obrigados a assumirem até a terceira ou quarta idade um valor que extrapola o aspecto especificamente visual da roupa e se perceberem obrigados a terem de cumprir até a velhice a nova função da moda: a sedução.
Podemos encarar estes casos como avanços de pertença, mas, como toda força gera uma força imediatamente oposta, assiste-se a um crescimento espontâneo de algumas regulamentações do vestuário em função da demarcação de terrenos de auto-reconhecimento. O mercado do luxo está aí para exemplificar que determinados códigos de elegância são reféns de regras e comportamentos pré-estabelecidos. Mesmo nos programas televisivos, que se propõe a transformar “uma pessoa em outra”, se desenham exatamente calcados na inserção deste “ente a ser transformado” num jogo de regras e códigos que o retiram de sua “banalidade cotidiana”, onde era vítima da ausência de limites ou do excesso de informalidade, para inseri-lo no seu oposto: o “engessamento comportamental” através da imposição de uma roupa (não moda) que não é e nunca será a dele. Posso transformar alguém desta forma? Até posso, quando esta nova pessoa for desenhada por ela mesma, repleta de suas particularidades e não das especificidades do vestuário comercializado pelos patrocinadores. Imaginemos, por alguns pequenos e angustiantes segundos, o que é o retorno destas, aí sim fashion victims, à sua rotina de horizontes agora mais curtos ainda.
Se a roupa, como produto direto da moda, faz estes desenhos de uma pessoa, a extensão do raciocínio de identidade particular migrou da “segunda pele” para a primeira pele, estabelecendo os novos tratos da pessoa com seu corpo. Neste diálogo MODA E CORPO encontramos um universo de novos procedimentos gerados pela absorção contemporânea da cultura e dos códigos de alteridade. As transformações atuais do corpo em função da moda é um dos assuntos que mais ocupam a pauta daqueles que discutem não só os códigos de pertencimento, mas também os desdobramentos do tema do corpo como “habitação”, tratado como território passível de alterações e mudanças.
Os procedimentos da cosmética são os primeiros a serem lembrados por nós, já que é o recurso de alterações físicas mais antigo, que acompanha o ser humano por milênios. A tecnologia aplicada na fabricação destes produtos alcança hoje patamares nunca antes pensados e resultados de igual proporção (e preços também). Retardamento das marcas do tempo, cremes hidratantes, pinturas e pancackes fazem do rosto e do corpo um lugar de interferências surpreendentes. A acessibilidade ao make-up é um elemento a ser considerado já que existem marcas e “marcas” que suprem democraticamente o mercado, independente de classe econômica, sexo ou estrato social.
Fazendo par com a cosmética, a moda ampliou o uso das transformações corporais que também acompanham o homem na sua trajetória evolutiva. Oriundos de rituais sagrados ou sociais, os procedimentos de alteração corporal se re-significaram, foram até mesmo, em alguns casos, esvaziados de seus intuitos originais e caíram no terreno da superficialidade, tal qual abordamos aqui. Tatuagens, escarificações, piercings, brandings, implantes de aço cirúrgico, extirpações ósseas, correções e alterações odontológicas, próteses siliconadas ou de titânio, alterações genitais, implantes capilares, lipoaspirações, extrapolações na definição muscular por excesso de exercícios ou ingestão/aplicação de “bombas” e outras variantes que a cirurgia plástica a cada dia desenvolve, são os novos códigos de pertenças e instalação de alteridades que abarcam desde uma tradicional e pacata senhora de uma vilazinha do interior do Brasil, que fura a orelha para colocar um brinco, até um adolescente membro de mais uma possível tribo urbana criada a, possivelmente, um minuto atrás nos subúrbios (ou nas coberturas milionárias) das grandes cidades do mundo, que cinge e bifurca sua língua para ganhar uma “identidade réptil”.
Se considerarmos a moda no seu viés tirânico, geradora de desconfortos sociais e pessoais, e, por isto mesmo, alterando alguns critérios perceptivos como pessoa/corpo, encontraremos o perfil mais cruel da sua relação com o nosso suporte físico: as distorções na auto-percepção. O império da publicidade, a imposição de corpos idealizados, a ilusão de uma perfeição mentirosa através da alteração das imagens pelo photoshop, a promessa de uma sedução garantida por sensualidades deslocadas impostas por ídolos midiáticos, o fantasma das adiposidades excessivas, a eleição da comida como a grande inimiga da saúde na modernidade, tudo isto, junto ou separadamente, criou este corpo bulímico e anoréxico que infesta a mídia e, conseqüentemente, as casas das pessoas. Se esta realidade cruel não faz parte do nosso cotidiano, e daí não crermos na sua amplitude, basta uma passada rápida no Orkut ou no Facebook onde comunidades de adolescentes (e não tão adolescentes assim) tratam do assunto com uma naturalidade constrangedora e com uma triste intimidade: lá a anorexia é tratada como “Ana”, como uma entidade viva e amiga, capaz de determinar atitudes radicais que terminam gerando corpos adultos pesando de 25 a 30 quilos, em alguns casos.
A construção da subjetividade encontra outros nichos de alteração comportamental. Os desequilíbrios gerados pela hiper-oferta mercadológica do vestuário associada à obsolescência programada da moda, fermentados pela perda da percepção dos limites do poderio de compra, gera um perfil muito comum no universo que tratamos aquí, que são as fashion victms, ou vítimas da moda. Às vezes vistas como um perfil aceitável (e até mesmo simpático), na verdade escondem uma obsessão de consumo repleta de distorções perceptivas de si. Os viciados em consumo são personagens oriundos das patologias sociais atuais, aquilo que a psiquiatra Julia Kristeva chamou de “os doentes da alma contemporâneos.” Com a queda do conceito da pessoa como “comprador” e da ascensão da pessoa como “consumidor”, estas estranhezas comportamentais tendem a ser vistas como “normais”. Mas são geradoras de angústias intermináveis e muitas terminam na horizontalidade dos divãs psicanalíticos ou na armadilha da panacéia farmacológica dos ansiolíticos.
Façamos um link na questão entrevista acima – moda, comércio e consumo – para fazermos nossa consideração seguinte: MODA E MERCADO. Lembramos: Moda é prazo de validade. Parece-nos óbvio que numa estrutura de efemeridade, que é a mola mercadológica da roupa, a questão da produção e mercantilização do vestuário seja um assunto de extrema importância. Se eu me construo como pessoa através (também) da roupa que uso, e se este uso depende da sazonalidade que o comércio cria, o mercado da roupa deve ser visto, hoje, na sua maior amplitude. A roupa que vemos numa vitrine de um shopping sofisticado ou na banca de um saldão popular passou pelo mesmo processo de concepção enquanto mercadoria. A estratificação do mercado consumidor gera diferentes produtos, mas o “discurso da moda” está presente no passo-a-passo que se inicia na estratégia de marketing e termina no brechó ou no descarte.
Existe, porém, um nicho de exceção: o mercado de luxo. Neste setor, cada vez mais emergente no Brasil, - haja visto a enormidade de shopping centers sofisticados e da abertura freqüente de lojas de marcas de exclusividade que se alastra em nossos grandes centros urbanos – comercializa-se peças de vestuário e acessórios de durabilidade mais extensa, que soam como investimentos perenes, e mesmo se sofrem certo desgaste ao ver seu design datado pelo passar do tempo, ainda ganham uma sobrevida sobre a classificação de vintage. Um vestido Armani, de 20 mil reais, uma bolsa Louis Vuitton, de 30 mil reais, um sapato Christian Louboutin de 10 mil reais ou um colar Von Fustemberg de 400 mil reais, geram outro pensamento de demarcação de território de pertença onde estas mercadorias circulam. Se as pessoas que portam tamanho investimento sobre o corpo não possuem uma visibilidade pública ampla (tem que se esconder da horda comum), aquelas pessoas que, contrariamente, possuem grande circulação pública e não tem tal poder aquisitivo, se vingam (com ou sem consciência disto) desta exclusão econômica usando as falsificações destas marcas que hoje invadem o mercado possuídas de um trânsito constrangedor que não permitem o acesso ao objeto físico, mas permitem o acesso ao simbólico, causando um rombo de proporções gigantescas no mercado oficial da moda.
A trajetória da roupa e sua absorção como produto precisa de diferentes estágios e de diferentes profissionais que são os estratos comerciais desta indústria que movimenta milhões pelo mundo. A assimilação da roupa como objeto de consumo envolve desde o criador de alta-costura, passa pelos técnicos da indústria da confecção, chega aos pontos de venda, é adquirida pelo consumidor que, na maioria das vezes, se desfaz dela antes mesmo de ter todo o potencial de durabilidade da peça esgotado: jogam-se fora roupas novas.
Este ciclo que agora citamos possui estágios que antecedem tanto a função inicial do estilista quanto o descarte final do consumidor: antes do trabalho do estilista existe o burocrata da maison, os marqueteiros de plantão, os pesquisadores de mercado e todo o aparato técnico-administrativo que vai ditar o que será usado e criado com dois ou quatro anos de antecedência, impingindo uma renovação de coleções que, se antes eram duas por ano - primavera/verão e outono/inverno – agora chega a ter, em casos extremos, seis a oito coleções anuais. Na outra ponta, a do descarte, existe os desdobramentos do uso desta roupa tornada obsoleta pela alternância das estações: se seu fim não for o mais imediato, o lixo, ela vai para os brechós, para as cooperativas de reciclagem de tecidos, para os ateliês de produção de moda alternativa (amparados pelo conceito do politicamente correto) ou é doada para vítimas de catástrofes ambientais e climáticas. Neste último caso a ação humanitária ajuda a sair do guarda-roupa atulhado de muita gente aquelas pecinhas que “um dia, quem sabe, podem voltar a ser moda”. Como se diz nos círculos preconceituosos, no Brasil “o pobre não muda de roupa, é a roupa que muda de pobre”. Cruel!
Tocamos neste assunto da roupa descartada para fazermos uma consideração sobre a sustentabilidade relacionada ao reaproveitamento de peças do vestuário que, se hoje o viés da consciência ecológica vê com simpatia as cooperativas que criam novas peças a partir destes refugos, existe as posturas mais radicais como a de grupos que pregam a interrupção da indústria do vestuário argumentando seu alto grau de poluição ambiental e também dizendo que o que já existe de roupa feita no mundo hoje pode vestir a humanidade por uns bons séculos vindouros. Este discurso é controverso se olharmos para a imensidão do parque industrial que envolve este processo de feitura do vestuário, mas a roupa e seu contexto de mercadoria já está entronizada no imaginário do consumidor e reverter este caminho necessitaria de um esforço hercúleo por parte de todos, sem dizer de questões como o que fazer com toda a tecnologia e mão de obra constituinte desta indústria.
A ampliação do mercado entre as nações do planeta gerou uma série de desequilíbrios comerciais em algumas economias e lucros exagerados em algumas nações. Países emergentes entraram no mercado com fome atávica de lucro, gerado por séculos de inanição econômica, o que fez com que alguns escrúpulos caíssem por terra. A China, hoje, é um dos maiores pólos de produção e comércio de vestuário. Com um investimento maciço em áreas como a da indústria têxtil, de calçados, de maquinário específico e com uma vastidão de pessoas disponíveis no mercado de trabalho interno - que faz um assalariamento baixo para os padrões semelhantes no restante do mundo - a exportação gigantesca dos produtos chineses derrubou a indústria concorrente nos mercados onde penetrou. No Brasil assistimos a uma brutal queda no setor têxtil e de calçados, com a capitulação de muitas empresas ao cerco dos produtos orientais, gerando uma crise sem igual. Mas, se os orientais dizem que a palavra crise significa para eles também “oportunidade”, a indústria brasileira se recupera apostando exatamente no diferencial criativo. O know how desta estratégia de mercado chinesa se mostrou decifrável e adquirível e como a nossa potencialidade criativa é exercício já entronizado na nossa cultura, a superposição dos dois aspectos gerou a superação que apostamos no momento.
Moda é tecnologia, processo de conhecimento que envolve uma confluência de saberes
tecnológicos. Tecnologia não é só informática, como normalmente se associa hoje, é
também o domínio técnico de todas as etapas que compõem a criação, execução,
comercialização e reaproveitamento do vestuário. Como exercício de conhecimento, a
moda precisa de atualização ou redefinição destes saberes.
A evolução dos quesitos técnicos é imensa neste campo específico de pesquisa e o mercado é suprido por novos materiais têxteis que permitem concepções revolucionárias na moda. Nossa concepção de “tecidos inteligentes” já está muito além daquele tecido que não amarrota. Hoje temos tecidos que permitem maior adequação térmica, ajudam a eliminação da transpiração, “lembram-se” da forma do corpo do usuário e até administram doses de remédios e outros confortos.

Mas temos que estar atentos a muitas questões conturbadas da ordem comercial e política que podem ainda minar o nosso comércio e a indústria. Para citar um exemplo que esteve nos noticiários recentes é a divulgação da receita de importação de roupas pelo Paraguai que, com seus seis milhões e quinhentos mil habitantes aproximadamente, importa cinco vezes esta quantia em itens de vestuário. O que acontece com este excesso de peças pode ser respondido observando os pontos de contrabando na fronteira deste país vizinho com o Brasil.

Somos capazes de nos impor no mercado internacional com um produto genuíno nosso? Com certeza sim. Se pudéssemos pinçar um único exemplo poderíamos mostrar o imenso sucesso ( paradigmático) das sandálias Havaianas em todo planeta. Este é o caminho: em tempos de uniformização dos estilos e de uma moda assumidamente globalizada, o que é interessante são os sotaques: os nossos criadores devem conhecer e perceber os dialetos brasileiros e exercitá-los, sejam eles nacionais, estaduais ou municipais.
Juiz de Fora é uma cidade que possui no seu histórico econômico e industrial a presença da produção têxtil. A força desta indústria colocou a cidade na virada do século XIX para o XX num tal patamar de importância que forjou riquezas e um progresso único, trazendo para a cidade novidades que a tecnologia da época tinha como de ponta: uma usina de geração de energia hidrelétrica e uma estrada com acabamento inovador para escoamento de sua produção. Por um grande período a cidade teve seu nome ligado à produção têxtil e de vestuário, mas nunca à criação de moda. É recente o despontar de criadores originais no âmbito da cidade, o que podemos olhar com ar otimista, já que alguns deles figuram com destaque num cenário onde a disputa é ferrenha por espaço e visibilidade, e de reconhecida rapidez na alternância de personagens. Este fato traz um alento para aqueles que ansiavam por uma nova colocação da cidade no mundo da roupa, agora munida do diferencial da criação original.
A indústria do vestir emprega um enorme contingente de operários que movimentam a produção dos milhares de itens que o termo “moda” pode abarcar. Já enumeramos anteriormente os diferentes estágios do caminho da roupa e que todos estes estágios envolvem pessoas, empregados, que promovem este fazer: se nos ateliers da Avenue Montaigne, em Paris, estão os super-criativos e especializados mâitres da aute-couture, em Bangcoc, Tailândia, operários executam peças de roupas em sistema de semi-escravidão; se na rua Oscar Freire, em São Paulo, balconistas poliglotas atendem sua clientela abonada, no Bom Retiro, na mesma cidade, imigrantes bolivianos costuram moletons para patrões tirânicos em situação de total desrespeito à sua dignidade humana. No meio destes extremos circulam os operários formalizados, a mão de obra especializada, os portadores de saberes específicos de modelagem, estamparia, moulage, e etc. de cuja demanda o mercado está sempre carente. Neste dias passados, com o esfriamento repentino da temperatura, numa só semana criou-se uma demanda de 40 mil vagas para a indústria da confecção no Sudeste, segundo fonte do jornal Folha de São Paulo. Esta perspectiva de mercado de trabalho abre nossos olhos para outra situação relacionada com nosso recorte comercial, que é a instalação de cursos de preparo de pessoas para ocupação destas vagas.
O oferecimento de cursos técnicos e artísticos para preparo de profissionais para atuarem na indústria do vestuário, sejam estes cursos particulares ou públicos (municipais, estaduais ou federais) cresce atualmente justamente porque o mercado precisa desta mão de obra. Isto nos leva a tratar de outro aspecto da moda hoje que é MODA E EDUCAÇÃO.
Como disse na minha apresentação, sou professor do Instituto e Artes e Design, da UFJF, e fui um dos envolvidos na reforma do antigo curso de Educação Artística para o atual Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design, que oferece, aos alunos ingressos no nosso Instituto, opções profissionais que abarcam a formação em Educação Artística, em Design, em Cinema, em Artes Visuais e em Moda. Academicamente fomos pioneiros na implantação do ensino de moda em Juiz de Fora em 2007, através do Curso de Especialização em “Moda, Cultura de Moda e Arte”, que já está na terceira turma neste ano de 2010. Vimos o nascer do pensamento educacional voltado para este campo de reflexão artística e prática e o vimos ser completado por outras instituições locais que implantaram seus cursos de moda no formato de tecnólogo do vestuário, o que demonstra que o mercado tem potencial de absorção destes profissionais. Temos no SENAI uma prova viva de que a demanda é real e que a qualificação de excelência é necessária para se ter uma produção industrial de alta qualidade técnica e criativa. Completando o seu projeto educacional, o Instituto de Artes e Design já tem em andamento seu Mestrado onde os estudos contemporâneos da moda também será privilegiado, antevendo desta forma a extensão do pensamento acadêmico para as reflexões que este tema requer. Acredito que, em 2011, teremos esta oferta de qualificação acadêmico/profissional já sendo oferecida à comunidade.
? Onde podemos fazer outra relação da moda na atualidade, aproveitando a abordagem que fizemos do ensino formal, tendo como referência os estudos da moda localizados num Instituto de Artes e Design? Ora, a academia já olha para a Moda com o olhar voltado para o seu papel na construção cultural. Moda, como a consideramos na abertura desta nossa conversa, é objeto da constituição cultural contemporânea, daí podermos ver os seus estudos tranquilamente localizados na área de Ciências Humanas e Artes. Se os desdobramentos possíveis do ensino da moda passam pelas qualificações técnicas, administrativas e das investigações culturais, este ensino passa também pelo viés de CRIAÇÃO, que, cremos, é fundamental para a sobrevivência do sistema da moda.
Criadores, portanto pensadores da moda, são a alma do assunto. Num exemplo básico associativo, se os técnicos constituem simbolicamente o “corpo físico” da construção da roupa, o criador constitui sua “alma”, que determina a personalidade, o estilo, a renovação, a investigação, enfim,o desenho cultural da roupa no mundo. Como muitos de vocês já devem ter deduzido, um não vive sem o outro. A interdependência entre o pensar e o fazer do vestuário é vital e o reconhecimento disto é perceptível na interação do estilista ou criador de moda com seus parceiros de ateliê, modelistas, costureiras, etc. Um dos desfiles mais tocantes dos eventos recentes das produções de criadores brasileiros foi o da coleção outono/inverno de 2008 do costureiro Ronaldo Fraga, onde as modelos desfilaram as criações deste irrequieto artista mineiro atravessando uma passarela repleta de costureiras que trabalhavam em suas máquinas de costura. Desta forma Fraga fez uma leitura romântica e respeitosa – uma homenagem, na verdade – do papel destas profissionais que dão forma física às idealizações dos estilistas.

Um último aspecto nos falta comentar: as interfaces entre MODA E ARTE. Este tema pode parecer estranho para aqueles que desconhecem o processo de criação dos artistas contemporâneos. A arte, assim como a moda, possui um forte elemento de interdisciplinaridade. Encontramos hoje artistas que trabalham com as linguagens já estabelecidas para o fluxo de seus discursos plásticos, mas no século passado houve uma grande abertura nas abordagens destes pensadores que incluiu o pensamento conceitual e nos nossos atuais anos 2000 a arte transita com conforto entre as manifestações culturais e faz parcerias com a ciência. A pintura, a escultura e o desenho continuam veículos e suportes para o exercício do pensamento dos artistas, mas já fazem par com a arte digital, a computação gráfica, a performance, a instalação, o conceito, a genética, as altas tecnologias que entraram no cardápio de possibilidades de expressão.
Toda e qualquer possibilidade de reflexão que amplie os conhecimentos do homem são objetos do discurso artístico, pois este se estabelece não só no campo estético, que é onde mais o situamos, mas também se instala nos domínios da filosofia, da história e de outros fazeres e pensares humanos. Se moda é um termo de ampla aplicação, a arte comunga com a mesma condição de pluralidade: o conceito da arte está na culinária, na arquitetura, na dança, na música e na moda.
O atual estágio dos criadores de moda é muito semelhante aos procedimentos da produção artística. A concepção, a confecção, o acabamento, a performance da passarela, a criação de novas percepções das formas, e, principalmente, o conceito é o que direciona a mão e a cabeça dos estilistas no momento de suas complexas elaborações do vestuário. Para situarmos melhor nossa observação, me permito usar um exemplo clássico sobre a criação da alta costura: Uma das perguntas mais freqüentes que ouvimos das pessoas ao assistirem a um desfile de criadores como John Galliano (Maison Christian Dior) e Karl Lagerfeld (Maison Chanel), - dois nomes da vanguarda da moda, que colocam na passarela roupas/ esculturas quase impossíveis de se vestir - é: Como se usa isto?
Na verdade, o que estes artistas estão mostrando ali no seu desfile é o CONCEITO da sua coleção, e as suas criações dão diretrizes para estabelecerem o que será usado ou será tendência para a roupa daquela estação a partir de seu ponto de vista artístico.
Mas as artes plásticas olham para a roupa de outro modo: como assunto cultural, passível de reflexões e reposicionamentos de conceitos, de maneira a possibilitar novos pensares no público que verá os trabalhos em galerias de arte ou museus. Por exemplo, citaremos dois artistas que trabalham com a moda com dois olhares diferenciados. Um deles é a artista brasileira Nazareth Pacheco, cuja obra faz uma reflexão sobre a roupa como possível veículo de considerações sobre a violência cotidiana imposta pelos códigos estruturais e afetivos da roupa. Para tal a artista confecciona vestidos feitos com aros metálicos e giletes; faz adereços (pulseiras, colares, etc.) usando agulhas, alfinetes e material de sutura cirúrgica; cria, enfim, uma série de itens relacionados com a moda alterando sua estrutura material e redirecionando nossa interpretação da moda para uma reflexão quase filosófica sobre a simbiose entre o corpo e as peças torturantes que o vestuário pode impingir ao seu usuário.
Outro artista que podemos citar é o artista inglês Danny Treacy, cujo trabalho é construído de modo a deslocar para outro contexto o uso da roupa e seu descarte e aproveitamento. Ele anda pelas ruas de Londres recolhendo peças de roupas descartadas por seus antigos usuários colhidas ao acaso. Estas peças são levadas para o seu ateliê onde ele as veste em combinações inusitadas, registrando tudo em fotografias, obedecendo as marcas deixadas pelo uso (ele não lava as roupas para que elas mantenham os cheiros e as secreções corporais originais). Nesta montagem e criação de novos figurinos, Treacy faz um comentário irônico e ácido sobre a identidade, a alteridade, a aceitação do outro e preconceito. Ele intitula este trabalho de “ELES”, e se colocando nesta posição de assimilação das diferentes identidades transforma o EU em ELES, o ELES em NÓS. O artista mostra, de certa forma, nosso distanciamento do corpo do outro pelas regras da assepsia exacerbada do mundo moderno.
Duas outras formas de veiculação de trabalhos onde arte e moda se cruzam é no campo da fotografia e do cinema. A foto de moda era apenas um registro da roupa para servir de modelo para as pessoas consumirem, e com o tempo se transformou numa arte autônoma. Os grandes nomes da fotografia de moda já saíram das páginas das revistas e estão nas paredes das galerias de arte. Podemos citar uma infinidade de fotógrafos que fizeram história neste filão e que vem tendo a adesão de novos artistas que concebem inovações na imagem da moda contemporânea agregando novos códigos de leitura àquilo que vem sendo desenvolvido a mais de um século. Colocaremos só como uma referência a artista norte-americana, Nan Goldin, cujo trabalho de moda extrapolou as fronteiras das imagens comerciais do gênero da publicidade e incluiu nas suas fotos de moda comentários sociais polêmicos. Goldin eliminou os modelos profissionais, de beleza estereotipada, e incluiu nos seus ensaios personagens apartados da sociedade, que vivem em guetos do submundo das drogas, do crime e das sexualidades marginais. As imagens da fotógrafa são um tratado sobre o “outro estranho a nós”, de cujo mundo estamos distantes, mas que são seres que também compõem a estrutura da sociedade.
No cinema temos o trabalho cada vez mais reconhecido dos figurinistas, cuja confecção das roupas cenográficas é importante dado para a representação dos personagens. Seja num filme passado no nosso tempo, ou num filme localizado em determinado período histórico, estes artistas da roupa fazem um trabalho de cunho artístico refinado, trabalhando com materiais diversos, tirando deles sua potencia maior para terem uma harmonia plástica com os demais profissionais que atuam na direção de arte. O grupo de personalidades que atuam neste setor é grande e também listá-los aqui é tarefa difícil. Só como uma referência, podemos citar o figurino do filme “Alice no País das Maravilhas”, do diretor Tim Burton, onde o trabalho da figurinista Colleen Atwood, vencedora de alguns Oscars do setor, mostra como a criatividade e o senso artístico pode gerar desdobramentos que ultrapassam os limites da tela e inspirar coleções de outros estilistas e entrar no vestuário cotidiano das pessoas.
Creio que podemos dar por encerrada nossa apresentação. Como eu disse inicialmente, todas as considerações teriam um caráter introdutório, já que qualquer um destes tópicos relacionados aqui é passível de profundos estudos e reflexões. O que nos interessa dizer é que a roupa, assim como a alimentação, o abrigo e a luta pela sobrevivência são assuntos impossíveis de serem deslocados da existência humana. E para os que têem na roupa e na moda seu campo de trabalho e/ou perspectiva de atuação, resta-nos o conforto de poder dizer que, felizmente, as pessoas continuam nascendo peladas.

NAZARETH PACHECO






Postei estas imagens da artista Nazareth Pacheco em função de uma palestra que fiz no SENAI de Juiz de Fora.Os presentes queriam ver o trabalho dela, aí publiquei aqui.

IMAGEM FANTÁSTICA DE ANDRES SERRANO

ANDRES SERRANO






Coloco algumas fotos deste artista americano que possui um dos trabalhos mais interessantes da atualidade. Nesta sequencia, Serrano vai às ruas de NYC e recolhe alguns moradores de rua e os veste com indumentárias formais, alterando nossa leitura de suas pertenças anônimas deslocando-as para uma outra significação. Pela roupa Serrano re-significa o outro.