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Procuro visitar o
Museu Nacional de Belas Artes no Rio porque foi lá que me espantei pela primeira vez, quando criança, com as dimensões gigantescas de um quadro, no caso
A Batalha de Avaí, de Pedro Américo. Daí até hoje retorno ao museu à procura do espanto que a arte pode provocar e, às vezes, o reencontro sem que tenha de ter dimensões exageradas.
Neste fevereiro incandescente ví duas exposições de artes plásticas, uma de
Alex Flemming e outra de
Josely Carvalho, dois artistas brasileiros que moram no exterior - ele na Alemanha e ela em New York -, e uma outra em homenagem a
Ferreira Gullar. As mostras de arte soaram interessantes em suas diferentes propostas: Alex fez um comentário sobre a exploração das riquezas naturais do Brasil e Josely fez uma instalação buscando fazer links com a memória de cada um.
Mapa da Mina é o título da instalação de Alex, onde expõe vários mapas do Brasil os quais são saturados com tinta acrílica onde o artista coloca pedras preciosas. Ao invés de moldura eles estão protegidos por redomas de acrílico que, nas palavras dele, representam a proteção que temos de ter com nossas riquezas naturais. Bem...as imagens das obras seguem o post.
Já Josely faz uma instalação multimídia intitulada
Nidus Vitro - Diário de Cheiros, onde mistura recursos eletrônicos e digitais a materiais artesanais e industrializados criando uma ambientação que faz referências à memória visual e olfativa para construir seu discurso plástico. Um ninho feito de vidro figura no centro da sala de exposições que faz uma combinação com os sons que enchem o espaço e também com cheiros que completam a interatividade do espectador. O impacto da obra é muito bonito e, creio, que o melhor acontece na cabeça de cada um ao entrar lá.
Ja Ferreira Gullar ganha uma exposição onde seu
Poema Sujo parece ser o tema, mas que se desdobra inclusive com a exibição de obras de artes plásticas perpetrada por ele. Didática.
O MNBA passa ainda por restauros e o achei triste e vazio, talvez por estar com exposições sem muito apelo popular. Durante minha visita só estavam eu e um casal francês que se perdeu entre os espaços abertos e os interditos do imenso prédio. Seguí-los poderia ter dado um bom trabalho conceitual sobre a arte e seu espaço de fruição.