sábado, 11 de julho de 2009

Lá vou eu!!!


Férias, enfim. Mesmo com uma montanha de trabalhos e compromissos a serem realizados, me dou este conforto de colocar tudo no freezer e sair por aí. Nada de hemisfério norte neste julho/09, nem de países da América do Sul, assolada pela gripe do porco, meu destino será prosaico mas nada despretencioso: vou fazer o circuito Rio/ SP/ BH.

Antes de dizer o que pretendo fazer nestas capitais, eu queria tecer um comentário sobre a minha paixão pelos seus velhos centros urbanos. Sei que muita gente foge deles como o cão foge da cruz, mas firmo que perdem muito do charme escondido no meio daquele caos e decadência.

Sou filho dos anos 50, fui criança nos anos 60 e adolescí nos 70, portanto conhecí o que era o Rio, São Paulo e Belo Horizonte nestas décadas. Todo o charme das cidades brasileiras no período 50/60 se esvaiu nos anos 70 sucumbidos pelo "milagre econômico" que destruiu coisas belas sem colocar nada que prestasse no lugar. Hoje estas cidades deslocaram sua valorização urbana para outras áreas e seus centros originais se transformaram no retrato do abandono geral. Uma pena. Mas, com o olhar aguçado, perceberemos que a sedução histórica está lá, viva e falante, e mesmo com certa decadência mantém sua altivez e importância no contexto da urbe.

Algumas inicitivas pretendem reavivar estes lugares, algumas dando muito certo e outras ficando só na intenção, mas são sempre bem vindas.

Porém o grande charme dos centrões ainda são as pessoas, especialmente os anônimos, estes habitantes que são classificados de "povão" ou "massa". Nada disto, caro leitor, longe de serem um rebanho, eles possuem um rosto e é surpreendentemente rico e eloquente. Andar pela cidade observando estes personagens passageiros, saídos da periferia, possuidores de uma linguagem própria, renovante e dinâmica é gratificante e nos reenquadra num outro universo, longe dos preconceitos e limites. Como dizia João do Rio, precisamos ouvir a voz eloquente das ruas.

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