terça-feira, 14 de julho de 2009

DEZ ANOS 2000 - Artes


Convidado por um jornal para citar o que aconteceu na primeira década dos anos 2000, fiz a seguinte lista para artes:

1) O Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.
Novidade no país, o museu é pequeno, simpático, interativo e foge dos estereótipos do gênero. Gostoso de visitar, envolve as pessoas até as lágrimas. Como o português é uma língua maravilhosa.

2) As franquias museológicas

Gugenheim e Louvre expandem seus acervos pelo mundo. Até o Brasil virou alvo do Guggenheim mas...flopou! O projeto de Jean Nouvel literalmente submergiu na baía de Guanabara.

3)Os centros culturais
A profusão de locais destinados à cultura é espantosa. Alguns funcionam hiper-bem, como os CCBBs, outros naufragam pela falta de gerenciamento. Tem que se rever as estratégias.

4) A polêmica Bienal do Vazio.
Uma das mostras de arte mais importantes do mundo cumpriu seu papel nesta década mas chegou a exibir um andar inteiro absolutamente vazio. Foi um mico. Enquanto isto, a Bienal do Mercosul virou "o" grande evento das artes no hemisfério Sul.

5) A espetacularização da arquitetura
Dubai, China, Europa, Hong Kong e Malasya espetam arranha-céus no horizonte de suas cidades e mostram poder através de uma arquitetura de grife que espanta o mundo e enriquece os escritórios dos mestres desta arte. Os estádios da Olimpíada de Pequim pareciam saídos de um outro planeta.

6) Frank Gehry e sua arquitetura barroca.
Ninguém brilhou mais que ele nesta década, com seus projetos para o Guggenheim de Bilbao, Disney e outros prédios em construção. Suas idéias são alvo das constantes gozações de Homer Simpson.

7) Álvaro Siza e o prédio da Fundação Iberê Camargo
O Brasil foi premiado com um belo conceito arquitetônico deste português que colocou Porto Alegre no mapa dos projetos inteligentes.

8) O centenário de Oscar Niemeyer.
Na “terra brasilis” ele reina absoluto. Aos 100 anos continua exercendo sua obra e poetizando o concreto armado.

9) Inhotim
O projeto cultural localizado em Brumadinho, MG, é uma das melhores surpresas que o Brasil reserva para seus visitantes: são prédios construídos especialmente para abrigar obras de artistas contemporâneos distribuídos num parque ecológico onde a mata nativa se mistura com o paisagismo de Burle Marx. Não tem igual no mundo.

10) Arte brasileira lá fora
A visibilidade da arte brasileira contemporânea explodiu no exterior com mostras de artistas como Beatriz Milhazes, Hélio Oiticica, Lígia Clark, Adriana Varejão, Cildo Meireles e outros, que ocuparam importantes espaços museológicos nos Estados Unidos e na Europa e alcançam bons preços no mercado das artes.

11) Moda brasileira
Está indo bem. As “fashion weeks” cumprem seu duplo papel: incentivar a criatividade e incrementar o comércio. Os estilistas se desdobram nas coleções, as modelos são valorizadas internacionalmente e o estilo brasileiro mostra a sua cara. A musa Giselle Bundchen é fenômeno da década e longeva num mundo de beldades efêmeras. Ponto para nós.

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