Não, não vou falar do novo hit de Tati Quebra Barraco nem de uma sua seguidora, mas uso o título para falar do trabalho de Tatiana Echeverri Fernandez, uma jovem artista hype na Europa.
Nascida em 1974 em San Jose,na Costa Rica a artista plástica mora e trabalha em Londres ( e, às vezes em Berlin),onde cria suas obras usando vários tipos de materiais e midias, incluindo instalações, esculturas e performance. Antes de fixar-se na capital inglesa ela morou na Colombia, na Alemanha (onde estudou na Kunstakademie), em Düsseldorf, antes de ir para a Inglaterra e estudar na The Royal College of Art. Daí para frente ela participou de exposições individuais e coletivas desde 2000 pela Europa.
Em 2008, o trabalho de Tatiana foi selecionado por Tracey Emin para fazer parte do Royal Academy Summer Show, e, a seguir, foi chamada para participar da exposição que aconteceu no Barbican intitulada Martian Museum of Terrestrial Art, algo como Museu Marciano de Arte Terrestre.
O trabalho da artista é criado com referências remanescentes do Modernismo e com fragmentos da vida moderna. Sua característica principal é o emprego de dejetos industriais, em especial de lixo doméstico, como os fios sintéticos retirados de sacolas de compras,além de materiais recolhidos nas demolições de casas e prédios durante reformas urbanas.
Nas obras Fraulein Semiramis e Fraulein Candace, Fernandez transforma este lixo cotidiano em uma precisa assemblage, trabalhando simultaneamente as formas originais e enfatizando suas silhuetas, reformando nosso olhar para outras leituras. A fita colorida que passa de alto a baixo pelas suas figuras-totem revela a decoração original de seu "lixo cultural", destacando aqui um brilho de rosas estampadas num fragmento de porcelana ou ali um fragmento de um souvenir de uma missão espacial.
Ocultando e revelando, elevando a arte kitsh e renegando a arte "oficial", o trabalho de Tatiana Fernandez é cheio de contradições, inseridas e submetidas ao seu intuitivo senso de ordem.
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