segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Falando com franqueza.






Num mundo como o nosso, onde estamos expostos ao julgamento alheio de modo nunca pensado antes, influenciando, inclusive, no nosso modo de nos auto-julgarmos, o livro O Governo de Sí e dos Outros, de Michel Foucault(1926-1984) deve ser saudado por vários motivos.
Primeiro pelo ineditismo que a publicação é já que pela primeira vez a obra ganha tradução para o português - de modo exemplar, pelo tradutor Eduardo Brandão - quebrando o jejum dos amantes do pensador francês e, segundo, pelo assunto que trata, pois reúne as aulas do curso ministrado por Foucault entre 5 de janeiro a 9 de março de 1983 no Collège de France. O livro é particularmente interessante porque os temas abordados não foram publicados em nenhum estudo durante sua vida e trata da "parresía", conceito grego que representa o "falar com franqueza", gerando uma obra que reúne ética e retórica.
E na nossa cabeça são feitas muitas perguntas: Qual governo de si deve ser o fundamento e o limite ao governo dos outros? A partir desta questão, Foucault se situa em relação à herança filosófica e problematiza o status da sua própria fala.
Enfim, uma publicação a ser estejada.

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