segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Adeus...






Volta e meia comento neste blog algum filme que assistí e cito o cinema onde fui vê-lo, e algumas salas de São Paulo aparecem nos comentários porque morei lá alguns anos e ir ao cinema era um paraíso, tamanha era a oferta de lugares especiais com programação idem. Falo "era" porque depois que mudei de lá para Minas, muitas salas "de rua" que eu frequentava fecharam e/ou foram para os shopping centers. Com isto houve uma depredação geral dos grandes cinemas, pois muitos viraram igrejas ou foram demolidos. Só de uns anos para cá algumas reformas foram feitas para recuperar o espaço perdido, como a realizada no Cine Marabá, que ficou muito bom, bem na Ipiranga, centrão da cidade.
Ontem fiquei triste em ver na Folha a notícia de que o complexo de salas do Cine Belas Artes, esquina da Consolação com Paulista, será fechado após 63 anos de funcionamento. Dio mio, como doeu no coração. Este cinema era um dos poucos que resistia às mudanças do comércio cinematográfico e era um dos raros que promovia a exibição de excelentes filmes que não encontravam espaço nas outras salas, além de fazer sessões que viravam a noite com uma programação de raridades, obras de grandes diretores e sempre com un filme "surpresa". Esta sessão sempre foi point de um público repleto de gente surpreendente, aquele povo da noite paulista que faz a cidade ser charmosa e interessante. Mas lá se vai o Belas Artes...
Assistí nas suas salas filmes que me foram caríssimos, que seria muita coisa para enumerar aqui, mas cito minha descoberta de Won Kar Wai em seu magnífico 2046; o desbunde que foi assistir Fanny e Alexander de Ingmar Bergman; e até filmes "prosaicos" mas que entraram para meu universo afetivo, como foi com o delicioso Sideway, de Alexander Paine.
É uma pena...

3 comentários:

  1. '... lá se vai o Belas Artes...'.

    Afonso, entre tantos outros filmes, como você, assisti também 'Fanny e Alexander', realização mágica do meu cineasta preferido Ingmar Bergman.

    O Cine BELAS-ARTES agora será, para sempre, o nosso CINE PARADISO.

    Só me resta chorar...

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  2. Oi amigo. Estou assistindo a tudo com o coração partido. Me lembro de ter assistido ao Fanny e Alexander numa véspera de Natal e saí do Belas Artes imbuído de um espírito de alegria plena.

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  3. E volta e meio eu pergunto: o que vai ser do Excelsior,aqui em JF? Vai ser como o Palace, que ficou dezessete anos fechado?

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