sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Império das Luzes


René Magritte pintou este quadro em 1954 e o tenho como uma obra definitiva. Claro que os critérios são particulares, já que não sou crítico de arte ou seja lá o que for, mas, como existem tantas estéticas quanto pessoas, me coloco como um esteta de mim mesmo. Tudo isto é para fazer um comentário sobre o cotidiano e como a arte pode fazer parte dele como algo não anormal ou refém de erudição, mas como potencializadora das individualidades.
Como o tempo melhorou - depois de muita, mas muita chuva mesmo - pude largar minha esteira e fazer a minha caminhada matinal nas ruas. Saio na madrugada, ainda sem luz no céu, e à medida que caminho vou vendo o dia clarear e é um prazer único compartilhar com os varredores de rua, vigias de estacionamento, guardas municipais e outros "cidadãos da madrugada", as luzes que surgem no céu. Hoje, depois que a lua se pôs, uma luz cristalina invadiu o céu e fez um belo contraste com as casas - ainda imersas nas sombras da noite que partia - e com a artificialidade da iluminação pública. Aí veio Magritte se mostrar e dizer que a arte pode ser um usufruto rotineiro, mesmo que as pessoas não saibam dela.

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