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Fiz uma visita ao Museu Afro-Brasil, em São Paulo, com os meus alunos da pós-graduação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, da UFJF, onde dou disciplinas sobre artes plásticas, cinema e fotografia. Eu já conhecia o acervo mas sempre há espaço para novas descobertas em visitas sucessivas, daí o potencial inesgotável dos espaços museológicos. Desta vez , novamente, saí entusiasmado da visita tanto pelas releituras que fiz como pelo retorno positivo dado pelos alunos que também ficaram encantados pelo que viram.
Este acervo teve como matriz a coleção particular do artista Emanuel Araújo e foi acrescido de outras peças que o faz ser um dos maiores do mundo dedicado à cultura negra. E é isto que observamos lá dentro.
O lado histórico da chegada da cultura afro ao Brasil é o que, de primeira, esperamos ver na casa, mas a ideia do museu extrapola este aspecto e mostra de modo surpreendente os desdobramentos desta cultura através de obras de artistas de todos os tempos até a contemporaneidade, o que torna viva a abordagem. Os artistas e suas obras deixam claro a indissociabilidade do negro na construção cultural deste país. Não é raro vermos a emoção aflorar na gente em frente à informação do que foi a cruel chegada destes atores às nossas terras e como o que trouxeram foi fundamental na definição da nossa raça miscigenada, na nossa arte plural e no nosso conceito como povo. A importância desta instituição pode ser constatada pelo grande número de visitantes que observamos nas suas galerias, sejam de brasileiros ou de estrangeiros. Em resumo: visita obrigatória para todos nós.
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