sábado, 5 de fevereiro de 2011

No MCFB





Outra exposição a ser vista no Rio é a de Laura Lima, no Museu Casa França Brasil. Intitulada Grande, nela a artista mineira faz um imaginário povoado por pessoas esculturas e metáforas que jogam com opostos que habitam a vida e a arte.
Conforme as informações disponibilizadas a exposição conta com quatro grandes instalações compõem essa base de construção poética que, segundo a artista, “flerta com a obscuridade da criação”. Tudo com a marca de Laura Lima: utilizar pessoas, corpos humanos vivos, como parte da obra. A presença humana, em ações propostas pela artista e que podem ser repetidas infinitamente, é totalmente dissociada do conceito de performance; os corpos-esculturas são a própria matéria da criação.
Obras impactantes, tanto em função do tamanho (Grande não é apenas o título da mostra) como em termos conceituais, abrem espaço à imaginação do visitante. Circundado por uma inusitada estante que ocupa o vão central da Casa França-Brasil, o público se encontra com O mágico nu (2010): elegantemente vestido e nu de artifícios, pois usa mangas curtas, este mágico produz, sem parar, esculturas num torno de argila, fundidas a outros materiais. Ao mesmo tempo, organiza e reorganiza objetos e ferramentas na hiper-estante que, à sua frente, é reconhecível em sua função original e, às suas costas, é caótica. A argila, como na Criação, é matéria de tudo o que acontece nesse espaço e cria, sobretudo, o contraste entre a elegância do mágico e a aparente “sujeira” da massa.
A partir dessa vista ao mundo dicotômico do Mágico, o público se aproxima de Pelos + Rede (1997/2010): numa rede de mais de 30 metros, que atravessa todo o vão central da Casa, um casal nu, em atitude contemplativa. A mulher tem seus pelos pubianos alongados e o homem, as sobrancelhas. Chega-se então ao Baixo (2010), espaço rebaixado a apenas 60 cm do chão, onde uma figura humana com características específicas aguarda o espectador que se dispuser a agachar-se e penetrar o reduzido espaço. As obras Pelos+Rede e Baixo foram concebidas dentro do conceito do conjunto Homem=carne/Mulher=carne, que Laura Lima vem desenvolvendo há alguns anos. Escolha (2010) é o último espaço da exposição e tem este nome porque o acesso a ele é de livre escolha do público. É um espaço de surpresa, que recebe quem está disposto a mergulhar sem qualquer informação prévia.

Confiram: Laura Lima é hoje uma grande referência da arte contemporânea brasileira.

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