domingo, 4 de julho de 2010

Maravilha modernista





A arquitetura moderna desenvolveu-se em São Paulo graças a existência dos Jardins. Bairros estritamente residenciais, compostos por terrenos amplos e arborizados, ficavam em imensas áreas das zonas sul e oeste da cidade. As restrições impostas pela Companhia City, responsável pelo loteamento, como taxas de ocupação do solo, afastamentos em relação às divisas do terreno, material empregado e o traçado sinuoso das ruas que garantia o uso exclusivo para o trânsito local, asseguram até hoje o excelente padrão destes bairros. Os primeiros, Jardim América, Pacaembú e Alto da Lapa foram projetados pelos urbanistas ingleses Barry Parker e Raymond Unwin, responsáveis pelas cidades-jardins inglesas. Mais tarde, como prolongamento desta região e adotando os mesmos critérios, surgiram outros bairros, como o Jardim Europa, Jardim Paulistano, Cidade Jardim, Jardim Guedala, Morumbi e Alto de Pinheiros. Foi nesta região da capital paulista que foi construída a residência Milan.
A casa foi projetada em 1972 numa área de 2.150m2 pelo arquiteto Marcos Acayaba na Cidade Jardim, num terreno limpo onde só havia terra. Durante os últimos 33 anos, com a colaboração do Antônio dos Santos, um sergipano que era servente da obra e se tornou jardineiro, o jardim foi constituído, planta por planta, conforme cita a arquiteta Marlene Acayaba no seu blog. Vista de cima a casa parece imersa num mar de vegetação tropical, e vista do solo o casamento da arquitetura com o entorno resulta num diálogo prazeiroso. Como podem ver na planta do projeto acima, um arco de concreto armado abraça os ambientes domésticos fazendo um jogo com paredes de vidro que se abrem para o jardim e tornam tudo extremamente leve. A luz natural dá um ar de aconchego e calor ao ambiente, que, por sua vez, é repleto de móveis assinados por impportantes designers como Marcel Breuer e Eero Saarinen.
A Milan é um exemplo claro de que design e/ou arquitetura inteligente paira acima do tempo.

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