segunda-feira, 28 de junho de 2010

ARTE NO ESGOTO






José Augusto Amaro Capela, mais conhecido como Zezão, é artista dos melhores. O cara desenvolve seus grafites tribais em lugares abandonados de São Paulo: bueiros, esgotos, lixões e outras áreas de degredação urbana. Saído deste subterrâneo para as galerias de arte e museus conceituados (recentemente expôs no MASP), hoje Zezão expõe também nas melhores galerias dos EUA e Europa e é muito requisitado por grandes marcas de moda. O Cara é fera!
Tirei o texto que se segue de um site na net para ajudar na apresentação do cara:
Zezão ingressou no mundo das artes por acaso. "Eu desenhava sem pretensão. Queria só rabiscar", declara. Quando questionado sobre o motivo que o levou às ruas, Zezão responde sem dificuldades: "Eu sempre gostei das ruas, queria deixar a cidade mais bonita". A paixão pelo ambiente urbano, pela perturbação da metrópole sempre dirigiu a vida deste artista paulistano, nascido no bairro do Bom Retiro e criado em meio a galpões da antiga indústria paulista que levantava a economia no início do século XX.
A dificuldade de encontrar um de seus grafites é justificada pelo próprio Zezão: "Ah, eu sempre pintei para as pessoas da rua. Pessoas como mendigos, gente de albergue que não tem condições de comprar arte". Segundo ele, seus alvos preferidos contradizem o princípio do grafite: dar visibilidade à mensagem criada. "Ninguém queria ir grafitar o esgoto comigo. Ninguém entendia nada", salienta.
O Portal IMPRENSA questionou a decisão de Zezão de buscar lugares pouco comuns para pintar. O artista revela que quanto mais inóspito é o local, maior a chance do trabalho continuar vivo. "Se eu pinto na 23 de maio ou na Consolação, no outro dia o Kassab apaga".
Apesar da despretensão dos trabalhos do artista, em 2005, algumas de suas obras foram expostas em uma tradicional galeria de arte urbana em São Paulo: a Choque Cultural. "Depois da Choque Cultural, eu comecei a ser chamado para várias exposições pelo mundo". Suas obras estão registradas em galerias de Nova York, Londres, Paris, Alemanha entre outros países. No Brasil, está no lugar em que tudo começou, na Choque Cultural.
Além de expor nas grandes galerias de arte underground, o artista vende suas obras para quem deseja tê-las em sua casa. Ele grafita residências de empresários, publicitários, executivos e não sente qualquer tipo de receio em comercializar seu trabalho. "Quando eu era mais novo eu não aceitava isso". No entanto, Zezão salienta que não se pode deixar que oportunidades passem. Hoje, morador da Serra da Cantareira, bairro afastado do centro, o artista busca paz e tranqüilidade, longe da confusão que um dia lhe seduziu a largar a escola e dar vazão aos seus sentimentos por intermédio da arte.
Mesmo tendo aceito o apelo comercial de suas obras, Zezão revela que pintar as ruas ainda é a parte mais sedutora do mundo das artes. "Grafite é subversão, uma coisa ilegal. Muita gente não entende isso".

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