Enfim conseguí fazer uma mostra com os filmes de Jean Rouch, que vai acontecer na Videoteca do CCBM de 22 a 27 de setembro. Sempre tive esta vontade, mas conseguir os filmes deste cineasta era difícil, sendo que no Brasil poucos acervos viabilizavam o empréstimo. Mas eis que uma amiga me presenteia com seis documentários dele, o que me fez logo colocá-los para o público. Como eu estava envolvido nos eventos do Ano da França no Brasil, organizei esta mostra que, certamente, surpreenderá muita gente.
Gosto do Rouch pelo seu cinema limpo de lugares comuns, de clichês, e do modo como se relaciona com seus protagonistas e suas histórias. Encontramos nas suas produções um outro ser humano, longe da nossa referência cotidiana, mas repleto da mesma humanidade. Pode parecer um tanto preconceituoso olhar para o outro como um "estranho", mas não fui eu que iniciei este status social: infelizmente existe uma hierarquia imposta onde se estabelecem valorizações além da nossa vontade, daí os filmes de Rouch serem tão importantes: quebram muitos critérios de classificações de "gentes".
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