sábado, 26 de junho de 2010

MÔNICA NADOR E O JAMAC






O Jamac - Jardim Miriam Arte Clube - nasceu em 2004 a partir de um desdobramento de propostas artísticas da artista Mônica Nador que, junto com outros artistas e moradores do Jardim Miriam, bairro da Zona Sul de São Paulo, vem desde então tocando o projeto.
O Jamac é um misto de espaço de experimentação artística, local de convivência e de debates políticos e culturais. Pode-se apresentá-lo como uma casa na periferia da cidade, uma espécie de ateliê aberto à população local.
Ali jovens e adultos sem aprendizado formal de artes experimentam na prática o processo de formação das imagens. Isso passa pela escolha de formas, normalmente extraídas do cotidiano, que são transformadas em máscaras de acetato e transpostas para o papel. Envolve, portanto, o conhecimento das técnicas, do efeito de determinados procedimentos sobre uma superfície e a eleição de cores.
Mônica Nador há muitos anos abandonou a pintura tradicional para se dedicar a este tipo de experimentação e trabalho em comunidades. Segundo o crítico Rafael Vogt Maia Rosa, o trabalho de Nador "aponta para uma crise que ocorre no centro de uma cultura para iniciados e fanáticos".
Atualmente Mônica expõe na Pinacoteca de São Paulo, fazendo o caminho inverso, isto é, levando de novo a arte da rua para dentro do museu. Não vejo a artista como um possível recorte da onda que agora vigora de levar artistas (como os grafiteiros) para as galerias. Nador saiu do espaço institucional da arte (museus e galerias) para fazer das intervenções urbanas seu principal discurso, em especial pelo abarcamento das pessoas das comunidades periféricas da Grande São Paulo, e volta para o museu sem se contaminar pelas possíveis pasteurizações (esterilizações?) de que esta arte corre risco.

2 comentários:

  1. Quais são as possíveis esterilizações que a arte do garifiti corre risco? (pergunta de professora de artes) Obrigada

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